Inquietante, esta é a palavra indicada para definir as obras "O Guardião Invisível" e "Legado nos Ossos" de Dolores Redondo. Os dois primeiros livros da trilogia do Baztán deixam-nos a cada página mais interessados, envolvidos e expectantes.
Para os amantes de literatura criminal, suspense e mitológica, onde quase há uma linha paralela com o oculto este livro reúne, sem sombra de dúvida, todas as condições para o prender ao enredo do inicio sem perder 0,00001% do interesse. Bastante pelo contrário, esta trilogia torna-se um vicio, em que a cada página se levanta mais um mistério e onde o fio do novelo parece não ter fim, no que toca a surpresas!
"O Guardião Invisível" inicia-se quando o cadáver de uma adolescente é encontrado semi nu nas margens do rio Baztán, no vale de Navarra, em circunstâncias que posteriormente irão relacionar este caso com um homicídio ocorrido na região meses antes.
A grande estrela desta obra é Amaia Salazar, inspectora de homicídios da Policía Foral, à qual é entregue responsabilidade de dirigir esta investigação, que a fará regressar a Elizondo, a pequena localidade onde nasceu e da qual tentou fugir a sete pés toda a vida.
A investigação de Amaia é não só uma corrida contra o tempo para encontrar o assassino como um enfrentar dos seu medos e fantasmas familiares, dos quais fugiu desde que abandonou a sua terra natal.
Amaia é ao longo de todo o livro forçada a entender os desenvolvimentos cada vez mais complexos do caso, onde a questão incontornável se coloca a cada página: Quem será o assassino? Quem será capaz de mostrar a face mais aterradora de uma realidade brutal, evocando ao mesmo tempo as criaturas mais inquietantes das lendas e do esotérico do Norte de Espanha?
O final do primeiro livro nos deixa com a sensação de querer ler o segundo livro de imediato, pelo menos essa foi a nossa sensação, e como tal, não tardou a acabar o segundo livro da trilogia.
"Legado nos Ossos" é a segunda obra de Baztán. Este livro inicia-se com o julgamento do padrasto da jovem Johana Márquez, na sala de audiência está presente a inspectora Amaia Salazar, em fim de tempo de gestação, que como os leitores sabem outrora resolveu os crimes do denominado Basajaun, que semearam de terror o vale do Baztán ("O Guardião Invisível"). A inspectora também reuniu as provas incriminadoras contra Jasón Medina, que imitando o modus operandi do Basajaun assassinou, violou e mutilou Johana, a filha adolescente da mulher.
No entanto, num julgamento sem grande hipóteses de erro acontece algo inesperado, o o juiz anuncia que o julgamento será cancelado: o réu acaba de se suicidar na casa de banho do tribunal. Porém, os factos tornam-se ainda mais estranhos quando Amaia é chamada pela polícia, uma vez que o réu lhe deixou um bilhete de suicídio dirigido, no qual a mensagem é curta, concisa e inquietante: Tarttalo.
Aos poucos Amaia relaciona uma série de homicídios, nos quais a palavra "Tarttalo" aparece em todos os cenários de crime. Contudo, esta palavra não é a única semelhança nos homicídios... Quais serão as outras semelhanças? Qual será a relação entre os homicidas? O que quererá dizer Tartallo?
Uma coisa é certa, a personagem fabulosa do imaginário popular basco está no centro do enredo e desvendará uma trama terrífica que envolve a inspectora até culminar num trepidante desfecho.
Irá Amaia conseguir encontrar o "cérebro criminoso"?
Se o primeiro livro foi emocionante, o segundo livro foi absolutamente surpreendente. Aguardamos ansiosamente pelo último livro!
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